Marrocos (Parte III)

Viagem fácil por autoestrada para Marrakech. Ao longe vislumbra-se o Atlas coberto de neve. A paisagem vai mudando gradualmente, o verde dá lugar a solo argiloso de cor alaranjada. Um olhar mais atento revela aldeias perdidas no meio do nada, camufladas pela cor da terra. O clima já é desértico, arrefece abruptamente à medida que a noite se aproxima. Os aeroportos fechados na Europa devido à neve fizeram com que muitas reservas tivessem sido canceladas. Sorte a nossa. Um tagine de carne e legumes aconchega o estômago e é hora de descansar.

A Jemaa el Fna fervilha de gente a qualquer hora do dia. Os aguadeiros, os encantadores de serpentes, homens com macacos acorrentados à espera que alguém queira tirar uma foto, grupos que representam peças de teatro, jogos, contadores de histórias milenares que infelizmente são contadas em árabe. Tentamos absorver, registar tudo, missão impossível. Durante o dia há bancas de sumo de laranja, outras de frutos secos. À noite surgem do nada as bancas da comida. Tagine, couscous, peixe, brochetes, sopa marroquina, caracóis (os marroquinos bebem o caldo)... a lista não acaba. Os cheiros misturam-se no ar e há gente por todo o lado.
Houve nos últimos anos um investimento muito grande a favor do turismo, está tudo muito cuidado e arranjado.

Fica-se rendido pela aparência e sabor da pâtisserie onde os ingredientes passam pelos frutos secos, água de rosas, mel. Nuvens de abelhas rodeiam todos os locais de venda, sinal que são mesmo docinhos.
Perdemo-nos na Medina gigante e nos Souks tradicionais. As pessoas aqui são, de uma forma geral mais acessíveis, mais abertas. Chateiam, mas um La Shukran (não, obrigado) é suficiente para desistirem Muitos não se deixam fotografar, alguns chegam a pedir dinheiro pela foto senão querem que se apague. O único incomodo é o buzinar e as tangentes constantes das motoretas e bicicletes nas ruas estreitas e cheias de gente.































Marrakech seduz-nos de tal forma que não apetece sair dali. Que tal ficarmos mais uns dias? Melhor não, há muito mais sítios para conhecer...
Próxima paragem: Essaouira.

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