Marrocos (Parte V)

Seguimos devagar junto á costa. A paisagem é de cortar a respiração. A estrada serpenteia por entre pinhais, campos de cultivo, arribas, e praias. A actividade agrícola é intensa, passam burros com os alforges carregados de cenouras. Cada pedaço de terra onde não há rocha está aproveitado e as hortas prolongam-se até ás dunas. Surgem campos inteiros cobertos por umas estufas estranhas, só descobrimos mais tarde que servem para cultivo de bananeiras.

Paramos em Safi para almoçar. Peixe grelhado que partilhamos com um "convidado" interesseiro mas muito simpático, um Sr Gato. É uma cidade industrial onde imperam os fosfatos, existe um bairro inteiro onde se faz cerâmica de cores vivas e brilhantes. Os portugueses estiveram por ali somente entre 1508 e 1541, durante esse tempo construiram o forte monumental, uma catedral que nunca chegaram a terminar e expandiram a cidade de uma forma geral mas destruiram a maioria dos monumentos antes de partirem. A medina é pequena e cheia de vida, mas encontrar o caminho para as ruínas da Cathédrale Portugaise não é fácil, aparece o "guardião" da dita que nos mostra o caminho e "despeja" a história daquele local, e claro que no final temos de pagar a propina. Dá vontade de conheçer mais um pouco mas o objectivo é chegarmos a Oualidia.
 







Quase iamos passando por Oualidia sem dar por ela, é uma terra pequena e pacata. Ganha vida no verão com os milhares de turistas, é chique entre os marroquinos ir passar férias lá e os empreendimentos turísticos multiplicam-se. Descemos à praia, admirámos a baía e estava tudo visto, mas o facto de estar a anoitecer fez com que não seguissemos viagem. É que, em Marrocos a lei não obriga os carros a andarem de luzes ligadas desde que a velocidade seja baixa e aquela estrada é secundária. Nessa noite, num passeio digestivo até à praia fomos surpreendidos por um concerto de milhentas rãs e passaram por nós alguns carros... sem luz, pois.






Próxima paragem: El-Jadida a antiga Mazagão.

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1 Response to Marrocos (Parte V)

  1. Anónimo says:

    Quem dera eu ter coragem para viajar assim sem nada marcado mas sou medricas e quando vou a algum lado não consigo aventurar-me muito. Por isso gosto de ler e ver as viagens dos outros na esperança de um dia também o conseguir fazer. Adoro os teus textos e as tuas fotos são muito boas. Parabéns.
    Elsa