Marrocos (Parte IV)

Viagem lenta até Essaouira, muitos kms de estrada em obras que permitiram prestar mais atenção à envolvente. Passa-se pela priveligiada região onde se produz o famoso óleo de Argão, usado para a cosmética, culinária e afins. É produzido de forma artesanal pelas mulheres Berberes, a partir das bolotas de uma espinhosa. Existem ao longo da estrada muitas cooperativas que o comercializam sob o principio do comércio justo.

Foi chamada Mogador pelos portugueses e usada como um importante entreposto militar no séc.XV. Visível da costa, a ilha de Mogador é actualmente um santuário de falcões. As suas muralhas impressionam e são património da UNESCO, o porto de pesca é de uma agitação constante, milhares de gaivotas esvoaçam por cima das nossas cabeças e a probabilidade de sermos atingidos por um "projéctil" é enorme. Apesar de Essaouira ser conhecida pelos ventos constantes, curiosamente não faz vento, está calor e assistimos a uns finais de dia com uma luz linda. Ficamos numa casa particular que tem um terraço sobre as muralhas e uma vista espantosa para o mar. 

Os trabalhos em madeira são o artesanato típico e o peixe é rei na cozinha. Numa barraquinha perto do porto escolhe-se o peixe que se quer comer, vai a grelhar e vem para a mesa simplesmente com uma salada de tomate, uma delícia. Experimentei também a Pastilla Marroquina, um recheio agridoce de carne, amêndoas, ovo e especiarias envolvido numa massa folhada muito fina, polvilhada de açúcar em pó e canela acompanhada por música marroquina ao vivo, muito bom.








































Essaouira é calminha e muito aprasível. Tem um encanto muito especial e talvez por isso, Orson Welles filmou ali o seu Othello.
Daqui para a frente vamos subir sempre pela costa Atlântica...

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