Caminhando pelas redondezas damos de caras com casas e herdades abandonadas. Locais de sonho, perdidos entre pinheiros, oliveiras e sobreiros. Vítimas da desertificação. "Os novos já não querem saber disto, foram para a cidade e nunca mais voltaram" - dizem os mais velhos, os que só quando morrerem vão abandonar as suas terras e as suas casas. Uma ponta de tristeza no olhar, uma lágrima no canto do olho, uma resignação de quem nada pode fazer para mudar vontades nem mentalidades.
Outrora cheias de vida atarefada, estas casas são agora abrigo de caçadores, refúgio de animais e aves, até nada mais restar senão as ruínas.
Pinheiros mansos que não são aparados faz anos, com a sua copa imensa quase a rasar o chão, convidam a um piquenique sob o seu tapete de carumas macias ou simplesmente a um descanso, a um contemplar o silêncio ou o chilrear dos milhentos pássaros das redondezas. Ainda há quem goste disto. Ainda há quem queira fugir da cidade para se refugiar no meio do nada. Eu quero.
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